Fuja do que é linear
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A vida é feita de desencontros.
No caminho perdi amores.
Perdi Amizades.
Desfiz e fiz e refiz relações.
Me perdi também de mim mesma.
Pensei por muitas vezes ter encontrado minha “essência”.
Assim como pensei ter encontrado o amor da minha vida.
E depois os desencontrei.
Descobri que não era nada daquilo que achava ser.
Mudei.
Descobri que amores não são eternos e que relações acabam.
Assim como o amor não é singular.
Depois de uns anos coleciono inúmeros “amores da minha vida”.
Coleciono inúmeras “essências”.
Me desencontrei com o que era certo e seguro.
Tive um encontro com o absurdo, com aquilo que não posso controlar, com a incerteza de não saber o que vem a diante.
Hoje tudo que “tenho" é a certeza que não tenho absolutamente certeza de nada.
Tenho a contradição e a pluralidade do viver.
Tenho começos, finais e recomeços.
Não tenho o eterno, nem o pretendo ter.
Tenho afetos efêmeros, mas verdadeiros.
Tenho a busca pelo desprendimento das minhas idealizações.
Tenho a ânsia de achar que finalmente me encontrei, só para me perder de novo.
O que almejo é conviver bem com o medo e com o adeus.
A felicidade eterna, a vida perfeita, não fazem mais parte dos meus planos.
A vida é feita de desencontros.
E que lindo é se desencontrar.