Quando tudo que resta é o esgotamento.

Alexia Cristhine
2 min readApr 28, 2021

Estou beirando meus piores dias.

O esgotamento me consome.

Me faltam agora as palavras, que sempre se fizeram minhas fiéis companheiras.

Me falta ânimo.

Me falta paixão.

Inspiração.

Os dias passam devagar, as vezes passam rápido,a contradição os permeia, mas neles ainda reside algo em comum, eles se mostram todos iguais.

Sem grandes acontecimentos, em sua maioria.

Alguns dias mais ruins que outros.

E sigo sem aumentar a coleção de dias verdadeiramente bons.

Eu luto pelo dia de amanhã, luto para passar por cada dia como se fosse o último dentre todos os dias ruins.

Quando o amanhã chega me convenço que mais uma vez vai ser só mais um dia, pois só assim consigo reinvindicar as poucas forças que restam dentro de mim para continuar.

Dentro de mim, eu sei que ainda reside uma grande força e vontade de viver.

Mas me encontro tão cansada, tão esgotada, que essa força de vontade, se encontra escondida e trancada em algum lugarzinho perdido dentro de mim, a sete chaves.

Preciso de algumas vitórias, de um vislumbre de notícias boas, mas ter isso parece ser algo tão distante e irreal.

Sinto falta dos meus refúgios para dias tristes.

Do som do mar, do vento no rosto, das efêmeras risadas, do gosto amargo da bebida, seguido de risadas estridentes em um bar qualquer.

Sinto falta de conseguir por alguns momentos fugir de mim, de ter a oportunidade de não encarar a tempestade que se aproxima de cara, de poder me esconder, até conseguir encontrar abrigo, para apesar dela, de algum modo, sobreviver.

Eu só queria mais dias de alívio.

Menos dias de tensão.

Uma pausa nesse terrível jogo, para recuperar algumas vidas, pois já me restam poucas, e sem essa pausa não vejo uma história em que em seu meio eu não esteja imersa em lágrimas.

Preciso de um tempo da dor, e tento a todo custo buscá-lo.

Lutando contra o meu pior lado, tento encontrar energia para continuar a buscar refúgio e afago.

Torço para que os consiga enquanto ainda tenho tempo.

Torço para que seja possível a possibilidade do encontro com o alento.

Sigo torcendo…

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Alexia Cristhine

Mulher, negra, LGBT // Escrevo sobre amor para aliviar a alma. Escrevo sobre a dor para tentar curá-la. Escrevo sobre a realidade para tentar mudá-la.